PAYSANDU ESTÁ DE VOLTA A SÉRIE B
O grande dia finalmente chegou. Depois da tormenta amargando seguidas frustrações na Série C do Campeonato Brasileiro, o Papão teve mais uma oportunidade de subir ao segundo escalão do futebol nacional.
A chance disputada no Estádio Moacyrzão, em Macaé (RJ), contra o time que leva o nome da cidade, serviu para coroar o trabalho do técnico Lecheva ou deixar, mais uma vez, o gostinho de "quase" na torcida. Este "quase", no entanto, não teve vez. De forma heroica e dramática, o Papão garantiu a vaga na Série B 2013, após uma das derrotas mais saborosas de sua história, com o placar de 3 a 2 para o Macaé-RJ. Com a vaga garantida, os comandados de Lecheva agora irão concentrar forças para a semifinal, encarando o Icasa-CE em duas partidas que dão acesso à chance de conquistar o título da Série C 2012. JOGO O primeiro tempo começou de um jeito que pouca gente acreditava. Mesmo jogando com a vantagem do placar, os bicolores não demonstravam a intenção de atacar apenas na escalação inicial, com a presença de Rafael Oliveira no lugar de Harison. Começando pressionando o adversário desde a saída de bola, o Paysandu explorava as boas condições do gramado para puxar bons contra-ataques, principalmente pelo lado direito, com Pikachu e ‘Rafagol’. Chutes de fora da área e boas jogadas individuais também atormentavam a defesa macaense, que vez ou outra levava grandes sustos. O castigo veio aos 20 minutos. Após cobrança de escanteio, a bola ‘espirrou’ na área e foi rebatida pelo goleiro João Ricardo, na sobra o zagueiro do Macaé-RJ, Douglas Assis, completou para o fundo da rede. Macaé 1 a 0. Após tomar o gol, o ritmo do Paysandu diminuiu. Sem a tão ‘desesperadora’ necessidade de fazer mais gols, os donos da casa arrumaram a ‘cozinha’, dando dificuldade para o bicola armar suas principais jogadas. Sentindo o drama do Papão, o Leão Macaense resolveu colocar as ‘manguinhas de fora’. O espaço deixado pelo lado direito, por Yago Pikachu, assim como no jogo em Paragominas, foi explorado pelo ataque do lado esquerdo do Macaé-RJ. O atacante Zambi e o lateral-esquerdo, Edu Pina, trilhavam jogadas perigosas ao gol do goleiro João Ricardo. Passes errados e o início de nervosismo de alguns jogadores, passava a ser mais um adversário dos paraenses. As jogadas rápidas com Alex Gaibú, Rafael Oliveira e Kiros, com o passar dos minutos foram desaparecendo, deixando os bicolores mais atentos na retaguarda. O fim do primeiro tempo em 1 a 0, prometia dar mais tensão aos torcedores no Moacyrzão e em Belém, que acompanhavam apreensivo o ‘jogo do ano’ para o clube alviceleste. O segundo tempo começou a junto com ele os últimos momentos da angustia bicolor. A tônica dos primeiros momentos não foi diferente da etapa final do primeiro tempo. O Macaé-RJ, apesar de estar jogando em casa e necessitar de mais gols para se classificar, ia apenas na chamada ‘boa’, dando ao Paysandu a posse de bolam sem grandes oportunidades. Lecheva tentava tranquilizar seus comandados que, em menos de oito minutos do segundo tempo, receberam três cartões amarelos, com Marcus Vinicius, Alex Gaibú e Vanderson, os jogadores mais experientes entre os 11 titulares. João Ricardo também entrou em ação. O goleiro do Paysandu realizou três defesas daquelas consideradas milagrosas. Duas seguidas em cobrança de falta e no rebote, e outro após um ‘chutaço’ de fora da área, com endereço certo. Tudo antes dos 15 minutos. A busca pelo gol parecia ser plano secundário no Papão. Lecheva tirou o meia Alex Gaibú e colocou o volante Neto. O convite para o ataque do Macaé resultou em algo indesejado. Em um chute de rara felicidade, o atacante Jones ampliou a vantagem dos donos da casa, 2 a 0. O roteiro estava ganhando ingredientes dramáticos. Tentando dar mobilidade ao ataque, quase inoperante até então, o técnico alvi-azul tirou Kiros e colocou o garoto Lineker. Mais tranquilo, o Macaé-RJ ‘cozinhou o galo’, trocando passes laterais e deixando o tempo passar. Aquele castigo do primeiro tempo, mudou de lado. O grande nome do Paysandu no ano, Yago Pikachu, recebeu passe na entrada da área e chutou com tranquilidade para descontar no placar, Macaé 2 a 1 e Papão na Série B, até então. Mas o drama não quis dar trégua para a decisão. Jones, mais uma vez, após falha do goleiro João Ricardo, marcou o terceiro gol do Macaé, aos 27 minutos da etapa final. O inusitado era apenas um mero detalhe no ‘jogaço’. Entre os acontecimentos imprevisíveis, o velho ‘pitbull’ da torcida bicolor, integrante dos principais títulos da história do Paysandu, resolver acalmar os corações aflitos em Belém e no Rio de Janeiro. Após boa jogada de Thiago Potiguar, de novo pelo lado esquerdo do Macaé, Vanderson ficou de frente para o gol. O volante chutou e marcou um dos poucos gols em sua carreira, e um dos mais importante. 3 a 2 para o Macaé, que precisava mais de dois para alcançar a segunda divisão no ano que vem. Depois dos 40 minutos, foi aquela velha história no futebol: “Bola pro mato que é jogo de campeonato”. O Paysandu se segurou com muita disposição em seu campo de defesa. A coragem foi recompensada no apito final. O Paysandu, após longos anos longe da Série B, está de volta, para alegria dos milhões de bicolores espalhados por todo o Brasil. |
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