segunda-feira, 23 de julho de 2012

HISTÓRIAS DO FUTEBOL COM ÉLCIO DIAS

BOTINADA    O grande desbravador brasileiro, Bernardo Sayão, deixou como um dos seus legados, o surgimento de vários vilarejos ao longo de sua grande obra, que foi a construção da rodovia Belém-Brasília. Estrada que fez a ligação entre o norte e o sul do país. Dentre essas vilas está a cidade de Miranorte.

O município teve seu primeiro impulso de crescimento nos anos 70, com a pavimentação asfáltica da estrada. A BR 153 trouxe desenvolvimento em todos os sentidos para a região. Lembro-me de uma grande novidade da época. A prótese dentária que naquele tempo era chamada de “ponte”. O esporte também acompanhou a evolução. No futebol a cidade sempre revelou grandes craques. A cada geração novos talentos surgiram para defender as cores da camisa miranortense. Naquele tempo as famílias eram tradicionalmente numerosas por isso algumas delas formavam sozinhas equipes de futebol. Seu Sinato (in memória) e D. Florência capricharam na produção. Tiveram 7 filhos. 2 mulheres e 5 homens que nasceram com o dom de jogar futebol. Pedro Pereira de Souza o mais velho, conhecido como “Pedro Sardão”, era zagueiro, chegou a jogar no Anápolis e quando criou o Estado do Tocantins, defendeu a seleção tocantinense tendo inclusive o privilégio de jogar contra a seleção brasileira de novos que trazia no elenco nomes como Túlio, Cafu, Márcio Santos e Marcelinho Carioca. Gérsom, Wéliton e Wilton tiveram passagens discretas pelo futebol. Já José Pereira, mais conhecido como “Zé Véio” era o mais habilidoso sua caminhada futebolística foi marcada por belas jogadas, muitos gols, e boas histórias. Depois de muitos quilômetros de grama e muitas horas de bola rolando, “Zé Véio” protagonizou mais essa pérola. Nos anos 90 já na categoria máster, Miranorte e Paraíso entraram em campo pelo Campeonato Estadual. Como sempre jogo duro de muita rivalidade. “Zé Véio” com toda sua habilidade começou a infernizar a zaga adversária que só tinha como alternativa a falta. Numa dessas jogadas ele saiu fazendo fila. Seu marcador já irritado não contou conversa e “chegou a botina”. Falta dura que quase quebra a perna do atleta. Depois do jogo, na comemoração da vitória regada a “loira gelada”, ele chamou o Euzimar de lado e mostrando a “ponte” falou:
- Olha! Euzimar o que os “caras” fizeram comigo... Quebraram meus dentes.
O Euzimar vendo o estrago questionou:
- Ué! Eu não lembro dessa jogada!...
E veio a explicação.
- Foi na hora do pontapé que ele me deu!
O Euzimar continuou.
- Do pontapé eu me lembro, mas acertou na boca?...
Zé Véio justificou.
- Não! Rapaz, é que antes do jogo começar eu guardo a ponte dentro do meião pra não cair e perder. Aí ele chutou bem em cima e quebrou!...
José Pereira de Souza, nosso querido “ Zé Véio” continua batendo um bolão. A cada fim de ano no encontro de Bahia e Flamenguinho pelo jogo da saudade, ele geralmente deixa sua marca. VALEU MEU IRMÃO!

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