terça-feira, 7 de junho de 2011

NEYMAR E MESSI – Atletas ou Artistas?




NEYMAR E MESSI – Atletas ou Artistas?
FUTEBOL – Esporte ou Arte?

Não sei definir nem tão pouco distinguir um do outro.
Esporte e arte, atleta e artista andam tão perto, tão junto que não consigo saber quando acaba um e começa o outro, se é que estes acabam e começam. Acho até que são constantes e perenes, chegando ao topo sem começar e eternizando-se antes do início do fim. É tão sutil a diferença entre um e outro que mais parecem habitar e existir no tênue fio que divide a vida da vida.

A bola precisa de carinho qual moça virgem à procura do primeiro amor. A arte precisa do talento para ser só arte e moldar a retórica.O bailarino suaviza os passos no contato físico com o solo e seu caminhar flutua como se nem pés tivesse. Mais parece o caminhar de alma sem chão a materializar o leve viajar de um sonho.
 A geometria da forma se fez norma no espaço da reta curvada, desqualificando a escala matemática traçada na equação linear de um sistema determinante que se indeterminou no trajeto entre os dois pontos da reta que se desfez. E o teorema evidenciou-se sem hipótese, sem tese, só demonstração.Messi recebe a virgem pagã e a batiza em mágica carícia, que a toca tão suave feito um caminhar felino. Já batizada, ela dele se desvencilha como quem dizendo: obrigada pelo carinho e já volto.Neymar a aceita e no seu passear sorrateiro e cortante, no drible errante que acerta o espaço incerto, contrariando a física além da metafísica, a conduz ao altar, abençoando-a no grito extasiante em três dedos ou letras, recriando minuto a minuto a fábula GOL!

Neymar e Messi! Atletas ou Artistas?  

Pelé, Zico e Maradona - Um estágio superior em quarta dimensão. A poesia superando a prosa. Maestros solos de um concerto que não se remonta.

Romário, Ronaldo Fenômeno, Zidade, Ronaldinho Gaúcho – Arte e furacão, sutileza e explosão no verde cenário que tem no gol o seu destino final. Regentes plácidos na irreverente melodia da bola.

Neymar e Messi!
A arte que venceu a física e habita o campo do inimaginável, do insondável, do imponderável e impontual.

Assim é Neymar e Messi.
A saga que não quer se revelar por não haver complemento capaz de completar o que completo já se fez.

A águia e o leopardo, cada qual no seu espaço, reinando e se afirmando sem um ao outro chegar, desfilando o seu talento, se impondo em seu estilo, respeitando o seu igual, mas não temendo o encontro que a vida nos seus encantos os prepara incontinente até que este tão aguardado dia aconteça.

Neymar e Messi!
A realidade de um pensar impensável.
A invenção no drible reinventado.
A doce irreverência da rebeldia inocente.
Que a bola amante possa entende-los e perdoa-los por ama-la com tanta efusão, retribuindo a estes o carinho com que é tratada.
 
Roberval Paulo
Credito: Blog Roberval Paulo.

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