sábado, 14 de janeiro de 2012

FUTEBOL FEMININO SOFRE COM ESTRELAS SEM CLUBE, E LONDRES É A ÚNICA CERTEZA.

Marta na eleição da Bola de Ouro da Fifa (Foto: EFE)A premiação da Bola de Ouro, em Zurique, é um dos raros momentos em que os diferentes mundos do futebol masculino e feminino se encontram por algumas poucas horas. Terminada a festa, os astros retornam em aviões fretados para os clubes onde recebem salários milionários, enquanto as estrelas voltam à dura realidade de ligas e equipes ameaçadas de extinção. Para muitas, o único torneio garatindo até agora são as Olimpíadas de Londes.  Cinco Vezes eleita  melhor jogadora do mundo, Marta é uma delas. Nos três anos do contrato  com a liga profissional americana (WPS), encerrado em 2011, a alagoana atuou em três equipes diferentes. As duas primeiras faliram. A última, o Western New York Flash, resistiu, mas ainda não sabe se terá condições de renovar com a craque. O Kopparberg/Göteborg quer levar Marta de volta para a Suécia, onde ela passou cinco anos no Umea. A jogadora espera que a solução não passe de janeiro.
- Ainda não sei onde vou jogar, mas estamos conversando, e espero que a definição aconteça nas próximas semanas. Hoje, vejo o time americano um pouco na frente, com mais chances de que eu continue por lá. Apesar dos problemas, a liga conseguiu se manter. Com um time a menos, mas conseguiu - diz: jogadora de 2011, e a goleira Hope Solo, destaque da seleção dos Estados Unidos e considerada uma das musas do futebol feminino.
As duas apostam suas fichas na classificação para os Jogos Olímpicos, que garantiria a ambas um primeiro semestre tranquilo na seleção permanente americana. O Pré-Olímpico tem início quinta-feira e vai até dia 29, no Canadá, com oito equipes participantes. As duas finalistas garantem vaga em Londres. Das 29 jogadoras americanas pré-convocadas, 16 estão sem clube.
- Este é um ano diferente. É complicado não saber ainda onde vamos jogar, mas, por enquanto, o foco está todo voltado para a classificação para as Olimpíadas. Não podemos cometer erros - afirma Wambach, de 31 anos.
O atual campeão mundial Japão já garantiu vaga em Londres e também investe numa seleção permanente. A liga japonesa é semiprofissional, e, à exceção de cinco jogadoras que atuam no futebol europeu, todas as outras vencedoras da Copa do Mundo de 2011 jogam em equipes locais. Incluíndo Homare Sawa, vencedora da Bola de Ouro.
Marta, Sawa e Wambach na premiação da Bola de Ouro (Foto: AFP)- O sucesso da seleção é resultado de um trabalho de décadas, não nasceu da noite para o dia. Em 2012, o objetivo passa a ser as Olimpíadas. É para isso que vamos trabalhar agora - diz Sawa.  O continente onde o futebol feminino é mais organizado e conta com ligas na maioria dos países é também aquele em que as seleções já começam a ter problemas com os clubes para a liberação de jogadoras, a exemplo dos homens. Na Europa, à exceção de Inglaterra, Rússia e países nórdicos, a maioria dos campeonatos importantes está em andamento. A Liga dos Campeões feminina tem final prevista para o dia 17 de maio, dois dias antes da final masculina, e na mesma cidade, Munique.
- A realidade na Europa é diferente, eles são bem mais organizados. Já existem várias ligas fortes, e o futebol feminino tem evoluído muito - elogia Hope Solo.
Enquanto isso, o Brasil sofre sem uma liga e com a extinção de um dos principais times, o Santos. Ainda assim, a expectativa e a cobrança por um bom resultado nos Jogos de Londres serão grandes.
- É uma pena que tudo isso esteja acontecendo. Ainda tenho esperança de que se encontre uma solução para o Santos. Como há anos, continuo pedindo apoio para o futebol feminino. Tudo o que está ao meu alcance eu faço. Mas não depende só de nós - lamenta Marta.
fonte: Globo.com

1 comentários:

Rayza disse...

Isso é triste.

19 de janeiro de 2012 às 09:51

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